12.10.11

Em defesa da nossa cidade

Arquitetos e Urbanistas se unem em defesa de Brasília

Arquitetos e urbanistas se uniram contra a expansão do Setor Hoteleiro Norte, em Brasília, e entregaram, nesta segunda-feira (10), uma carta ao administrador de Brasília, Messias de Souza. No documento, a filha do urbanista Lúcio Costa, Elisa Costa, diz que o projeto de construção do setor não pode ser aprovado “em nenhuma hipótese”.

Ao receber o documento, Souza afirmou que o plano urbanístico da cidade precisa ser atualizado. “Não é um fetiche, não é uma coisa que cada um parta de uma opinião prévia de que a cidade não pode ser mudada”, afirmou Souza. O administrador também declarou que o novo setor deve ser construído. No entanto, Messias Souza não estipulou datas.

A proposta também tem recebido críticas do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) e até de empresários em Brasília. “Quando mudar a legislação, a destinação e a forma que for mudada é que a parte executiva poderá ser feita ou não”, explicou o administrador.

Para discutir as questões relativas à construção, o governo do Distrito Federal deve realizar um debate público no dia 21 de outubro. De acordo com o administrador, a licitação para escolha de uma única empresa que ficaria responsável pela execução de todo o projeto e a altura dos prédios são pontos que ainda geram polêmica em relação ao novo setor.


No projeto assinado pelo GDF, os hotéis teriam pelo menos 15 andares, em um local onde a altura dos prédios não pode passar de três andares. A ampliação do Setor Hoteleiro Norte deve atender à demanda da Copa do Mundo no Brasil, em 2014. O projeto é criar 10 mil novos leitos em uma área de 85 mil m², perto do Estádio Nacional de Brasília.

De acordo com a arquiteta e urbanista Jane Jucá, o novo setor alteraria o projeto original da cidade. “Altera tanto o projeto original quanto o projeto de tombamento, que reforma o projeto original”, explicou.

O Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) afirmou que o novo setor fere o tombamento de Brasília. Um documento, com 160 assinaturas, foi enviado pelo órgão ao Instituto do Patrimônio Histórico (Iphan) e à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) questionando a necessidade da obra.

O Iphan também afirmou que a expansão do Setor Hoteleiro Norte fere o tombamento de Brasília. De acordo com o instituto, o GDF não deve intervir em uma questão federal.
fonte: g1.globo.com